A.C.Camargo Next Frontiers

Dados do Resumo


Título

Pigmentação de palato por Imatinibe em paciente com leucemia mieloide crônica

Introdução

O Mesilato de Imatinibe é considerado o tratamento de primeira linha para pacientes portadores de leucemia mielóide crônica por auxiliar na estabilidade do quadro e dificultar a evolução da doença para fases mais avançadas, além de sua baixa toxicidade. Alguns efeitos colaterais comuns do Mesilato de Imatinibe são náusea, vômito, diarréia, retenção de líquidos, edema superficial, erupção cutânea e com menos frequência, a hipopigmentação e, mais raramente, a hiperpigmentação em pele e/ou mucosa.

Objetivo

Relatar um caso de hiperpigmentação em palato, pele e unhas de paciente do gênero feminino, 71 anos, portadora de leucemia mielóide crônica que faz uso de Mesilato de Imatinibe (Glivec®) há 19 anos com dosagem padrão de 400 miligramas/dia.

Métodos

Paciente foi encaminhada ao Serviço de Medicina Bucal da Faculdade de Odontologia de Araraquara (Foar) com queixa principal de “mancha no céu da boca”. Ao exame físico, na primeira consulta, observamos manchas azul-acinzentadas no dorso do nariz, mucosa do palato, unhas dos pés. No segundo retorno, a paciente relatou surgimento de pigmentações nas unhas das mãos, 10 anos após o uso do Mesilato de Imatinibe (MI). O quadro sistêmico de leucemia está estabilizado com uso do MI, entretanto, devido às náuseas a médica da paciente reduziu sua dosagem o que atenuou a intensidade da pigmentação.

Resultados

Após diminuição da dosagem as lesões hiperpigmentadas regrediram parcialmente. O tempo de uso do medicamento está associado à extensão e intensidade da pigmentação que em cavidade bucal, o local mais afetado é a mucosa do palato duro. Há a possibilidade de o MI promover a produção de melanina pela estimulação dos receptores c-Kit ao invés da inibição mais comumente relatada ou por uma reação liquenóide que retrocede ou por morte de melanócitos e aumento de melanina decorrente de um aumento na concentração de MI, mas o mecanismo de hipo ou hiperpigmentação ambas induzidas pelo uso do medicamento, ainda não está totalmente esclarecido. A hiperpigmentação da paciente mostrou-se dose-dependente, visto que a redução da dose mediante o aparecimento de náuseas, atenuou a intensidade das pigmentações.

Conclusões

Concluiu-se que o uso prolongado do MI, é o responsável pelo aparecimento de alterações pigmentares as quais mostraram ser dose-dependentes nesta paciente. Esta alteração pigmentar não requer tratamento específico, devendo o paciente ser esclarecido quanto à natureza da pigmentação.

Financiador do resumo

88887822374202300

Palavras Chave

Hiperpigmentação; Mesilato de Imatinib; Palato duro

Área

5.Estudo Clínico

Autores

DEBORAH DAYELY SILVEIRA DE OLIVEIRA, ANDREIA BUFALINO, MARIANA RODRIGUES, Mariana PALAÇON, ELAINE MASSUCATO, CLÁUDIA MARIA NAVARRO