Dados do Resumo
Título
Avaliação dos efeitos antineoplásicos da cromomicina A2 em modelos celulares de leucemias agudas
Introdução
As leucemias agudas, divididas em mieloide (LMA) e linfoide (LLA), são cânceres hematológicos caracterizados pela proliferação descontrolada de células imaturas na medula óssea, levando à falência medular. O tratamento convencional inclui quimioterapia, imunoterapia e transplante de medula. Cromomicina A2, um antibiótico antitumoral, tem sido investigada por suas propriedades citotóxicas, atuando na inibição da síntese de DNA, o que pode oferecer novas perspectivas terapêuticas na oncologia.
Objetivo
Considerando os dados da literatura que destacam o potencial antineoplásico da cromomicina A2 em modelos de tumores sólidos, o objetivo deste estudo é investigar a potência e eficácia desse candidato a fármaco em modelos celulares de leucemias agudas.
Métodos
As linhagens celulares de leucemias agudas MOLM-13, MV4-11, Kasumi-1, OCI-AML3, Jurkat, MOLT-4 e NALM6, assim como os subclones resistentes ao venetoclax (um inibidor de BCL2 utilizado clinicamente em leucemias), MOLM-13VR e MV4-11VR, foram expostos ao veículo ou a concentrações crescentes de cromomicina A2 (0.03 – 20 nM) por 72 horas. A viabilidade celular foi avaliada por meio do ensaio de metiltiazoltrazólio (MTT). O IC50 foi determinado por regressão linear utilizando o software GraphPad Prism.
Resultados
O tratamento com cromomicina A2 reduziu significativamente a viabilidade de todas as linhagens celulares derivadas de leucemias agudas avaliadas de maneira dependente da concentração. Os valores de IC50 para a cromomicina A2 variaram de 0,40 a 2,18 nM, com a NALM-6 sendo a linhagem celular mais sensível e a Kasumi-1 a mais resistente. Os modelos celulares resistentes ao venetoclax apresentaram valores de IC50 superiores às células parentais (MOLM-13: 0,54 nM; MOLM-13VR: 0,82 nM; MV4-11: 0,74 nM; MV4-11VR: 1,21 nM), mas ainda dentro de um intervalo aceitável de sensibilidade.
Conclusões
Nossos resultados indicam que a cromomicina A2 possui um efeito antineoplásico em células de leucemias agudas. Apesar da resistência relativa observada nos modelos venetoclax-resistentes, a cromomicina A2 manteve sua eficácia dentro de um intervalo aceitável, sugerindo seu potencial como uma alternativa terapêutica promissora em casos de leucemias agudas, especialmente onde há resistência a outras terapias. Esses achados abrem caminho para estudos adicionais sobre esse candidato à fármaco em modelos de leucemias agudas.
Financiador do resumo
FAPESP, CNPq e CAPES
Palavras Chave
Leucemias agudas; Cromomicinas; Agentes antineoplásicos
Área
8.Qualidade de vida e práticas integrativas e complementares em saúde (PICS)
Autores
EMILLY OLIVEIRA VIEIRA