Dados do Resumo
Título
Câncer relacionado ao trabalho no Brasil: um estudo descritivo
Introdução
Os fatores presentes na eventualidade do câncer ocupacional apontam para um grande número de substâncias químicas usadas no ambiente de trabalho que se constituem em fator de risco de câncer em trabalhadores de várias ocupações, em todo o território nacional.
Objetivo
Realizar uma análise exploratória dos principais agentes carcinogênicos causadores do câncer relacionado ao trabalho no Brasil e 27 unidades da federação.
Métodos
Trata-se de um estudo ecológico, os dados foram extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde, fornecido pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) sobre cânceres relacionados ao trabalho das Unidades da Federação e para o Brasil, entre 2007 e 2022. Análise de frequência absoluta e relativa das variáveis sociodemográficas, topografia do câncer, consumo de tabaco, exposição a agentes cancerígenos e óbito de casos notificados como cânceres relacionados ao trabalho.
Resultados
No período estudado foram notificados 3.812 casos de câncer relacionado ao trabalho, destes 2.623 (68,8%) eram homens e 1.188 (31,2%) mulheres. A faixa etária com maior frequência foi de 60 a 69 anos 1.093 (28,7%) em ambos os sexos, quanto a escolaridade foi o ensino fundamental incompleto com 1.719 (45,1%), a cor da pele branca 2.386 (62,6%) e ocupação 1.205 (31.6%) eram autônomos. A região Sul representa 41,61% das notificações, Centro-Oeste 28,1%, Sudeste 19,4%, Nordeste 19,4% e Norte 1,1%. A exposição por radiação não ionizante foi a mais notificada 1.111 (29,1%), seguida de hidrocarbonetos 346 (9,1%) e sílica livre 290(7,6%). Quanto ao tabagismo 1.554 (40,8%) eram fumantes e ex-fumantes. Os CIDs com mais notificações foram o câncer de pele não melanoma, câncer de brônquios e pulmões e próstata. Houve 205 óbitos por câncer relacionado ao trabalho sendo 177 (86,3%) de homens e 28 (13,7%) de mulheres.
Conclusões
Houve um aumento gradual de notificações no sistema, mas é estreito em relação a extensão do país, além da disparidade na quantidade de notificações por região. Registros populacionais de câncer ocupacional tem fornecem estatísticas detalhadas sobre a doença e fornecem uma base sólida de evidências para planejar, monitorar e avaliar o impacto das medidas adotadas através de ações de vigilância e proteção da saúde no trabalho. Estudo aprovado pelo CEP do ACCCC sob o nº 3566/24.
Financiador do resumo
CAPES/PROEX 002/2024
Palavras Chave
Câncer; exposição ocupacional; Brasil
Área
4.Epidemiologia e Prevenção
Autores
BÁRBARA ROSENDO RIBEIRO, Gisele Aparecida Fernandes