Dados do Resumo
Título
EXPRESSÃO DE QUINASES POUCO ESTUDADAS E SUA RELAÇÃO COM ASPECTOS CLÍNICOS E HISTOPATOLÓ-GICOS EM TUMORES SÓLIDOS
Introdução
Proteínas quinases são importantes enzimas que conduzem a fosforilação de proteínas. Existe um "gap" de estudo entre as quinases melhores estabelecidas na literatura e as menos estudadas, conhecidas como "dark kinases". Cerca de 160 quinases não possuem suas funções e interações em tumores sólidos. Em colaboração com a Aché S.A., o A.C. Camargo Cancer Center está identificando e validando quatro quinases pouco estudadas como potenciais alvos terapêuticos em tumores sólidos: VRK1, VRK2, PKMYT1 e LMTK3.
Objetivo
Temos como objetivos a análise da expressão das quinases VRK1, VRK2, PKMYT1 e LMTK3 em amostras tumorais via imuno-histoquímica em TMAs, correlacionando com aspectos histopatológicos, dados clínicos e impacto na sobrevida.
Métodos
O estudo utilizou 18 TMAs com 1560 amostras do Hospital A.C. Camargo, após aprovação ética (2709/19). Critérios de inclusão foram baseados na representatividade neoplásica e permanência hospitalar. TMAs foram montados em duplicata, com cores de 0,6 mm, e cortes histológicos de 4 μm foram analisados por microscopia óptica. A imuno-histoquímica incluiu desparafinização, recuperação antigênica, bloqueio de peroxidase e incubação com anticorpos específicos. O HScore foi determinado pela porcentagem e intensidade da marcação. As análises estatísticas usaram Kruskal-Wallis, ANOVA, Spearman e Kaplan-Meier, com p<0,05. Linhagens celulares MCF7 e HEK-293T foram cultivadas, e a validação de anticorpos foi realizada por Western blot.
Resultados
Nos gliomas, VRK1 e VRK2 apresentam maior expressão citoplasmática nos estádios III e IV, com VRK1 sendo o dobro do grau II e VRK2 sendo três vezes maior no grau III. A coexpressão dessas proteínas em gliomas está associada a uma tendência de pior prognóstico, embora sem significância estatística. No carcinoma hepatocelular, a coexpressão de VRK1 e VRK2 não teve resultados significativos, mas sua ausência correlaciona-se com maior chance de progressão.
No adenocarcinoma de mama, a alta expressão de VRK2 no subgrupo Luminal A aumenta a chance de progressão em 137,2%, enquanto a baixa expressão de VRK1 reduz o risco de óbito em 72%. Em adenocarcinomas pulmonares, a baixa expressão de PKMYT1 em pacientes com outra neoplasia está ligada a um melhor prognóstico. No carcinoma renal de células claras, a expressão de PKMYT1 é maior em metástases, indicando possível relação com a progressão da doença. No adenocarcinoma colorretal, LMTK3 não mostrou resultados significativos.
Conclusões
A expressão de VRK1, VRK2, PKMYT1 e LMTK3 revela padrões distintos em diversos tipos de câncer, destacando-se em gliomas e adenocarcinomas de mama e pulmão. A alta expressão dessas proteínas, particularmente nos estádios mais avançados, está associada a pior prognóstico e maior risco de progressão. No entanto, em alguns casos, como no carcinoma hepatocelular, a ausência de significância sugere a necessidade de mais estudos. Esses achados indicam o potencial dessas quinases como biomarcadores e alvos terapêuticos.
Financiador do resumo
Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A.
Palavras Chave
Proteínas Quinases; Tumores Sólidos; Imuno-Histoquímica
Área
7.Pesquisa básica/translacional
Autores
JOSÉ AUGUSTO STINGHEN NETO, Glaucia Noeli Maroso Hajj, Dirce Maria Carraro, Cynthia Aparecida Bueno de Toledo Osorio, Felipe D'almeida Costa, Clovis Antonio Lopes Pinto, Gabriel Oliveira Dos Santos, Stephania Martins Bezerra, Keila Taira Macedo