Dados do Trabalho


Título

Tratamento de síndromes mielodisplásicas na última década: um estudo epidemiológico brasileiro

Introdução

As síndromes mielodisplásicas (SDs) envolvem um amplo espectro de neoplasias que afetam uma ou várias linhagens mielóides. Tais neoplasias são classificadas de acordo com suas características genéticas e histológicas, fundamentais para a escolha do tratamento adequado. Nesse contexto, a abordagem terapêutica para indivíduos de alto risco consiste no atraso da progressão da doença, abrangendo tratamentos como quimioterapia, radioterapia e/ou transplante de células-tronco hematopoiéticas.

Objetivo

Portanto, o objetivo deste estudo é analisar o tratamento adotado nos casos de síndrome mielodisplásica no Brasil na última década.

Métodos

Trata-se de um estudo ecológico realizado com dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e Painel-Oncologia nas regiões brasileiras, no decênio de 2013 a 2022. Dentre as variáveis, analisou-se sexo, faixa etária e modalidade terapêutica, de modo que ambos os sexos, faixas etárias de zero a mais de 80 anos, terapias cirurgicas, radio e quimiterápicas foram consideradas. Foi utilizada estatística descritiva para análise dos dados coletados em agosto de 2023.

Resultados

Foram notificados, durante o período, 7.928 casos no país. A distribuição regional se deu em 45,7% na região sudeste em contraste com 1,7% norte, 17,5% nordeste, 29% sul e 6% centro-oeste. No que se concerne ao sexo, houve prevalência do feminino com 51,7% dos diagnósticos, sendo que a maioria foi feita aos 72 anos (3%). Entre as modalidades terapêuticas realizadas pelo sexo feminino, destaca-se 58,9% em quimioterapia, 0,34% em radioterapia e 0,23% cirúrgicas. Todavia, as modalidades não informadas eram 3.140 dos diagnósticos, cerca de 39,6%. Em relação aos diagnósticos feitos no sexo masculino, prevaleceu-se a faixa etária de 70 a 74 anos com 14,3% e destaque nos 68 anos (3,26%). Já entre as modalidades terapêuticas realizadas pelo sexo masculino, predominou-se quimioterapia com 60,7%, seguida de radioterapia e cirurgia, respectivamente 0,33% e 0,23%. Porém, 38,7% dos casos não apresentavam informações acerca do tratamento.

Conclusões

Conclui-se que a maioria dos diagnósticos ocorreu na região sudeste, quiçá por sua densidade demográfica e avançado setor de saúde. Ademais, o predomínio do diagnóstico no sexo feminino não corrobora com a literatura global, que indica maior prevalência no sexo masculino. Já à idade de maior incidência, a média brasileira entre ambos os sexos corrobora com a média mundial. Por fim, evidenciou-se que a quimioterapia é a modalidade terapêutica mais escolhida, possivelmente por sua abordagem sistêmica.

Palavras-chave

síndromes mielodisplásicas, epidemiologia, tratamento

Financiador do resumo

Financiamento próprio.

Área

Estudo Clínico - Tumores Onco-Hematológicos

Autores

RAFAELA DE ALMEIDA CARDOSO GOES, Verônica Silva Furlani