Dados do Trabalho


Título

Avanço do tratamento da LLA - Da monoterapia à terapêutica com células car-T

Introdução

O tratamento da LLA passou por diversos avanços, desde 1957, quando os estudos começaram a ser valorizados. Hoje, o foco da pesquisa é a identificação dos fatores genéticos, levando em conta a imunoterapia. Com o avanço na pesquisa, inicia-se o tratamento com células car-T em pacientes com doença recidivada. Os CARs de segunda geração redirecionam a citotoxicidade e reprogramam a função e longevidade das células T. O CAR mais eficaz é o anti-CD19, com maior expressão em LLA-B

Objetivo

O objetivo da revisão é abordar a evolução das terapias para LLA, desde a primeira terapêutica, até a mais atual. O trabalho irá avaliar o impacto na sobrevida do pacientes com as car-T cell, avaliando suas vantagens, acessibilidade, efeitos adversos e resultados, bem como sua aprovação pela ANVISA.

Métodos

Foi realizada uma pesquisa de revisão de literatura com abordagem qualitativa e quantitativa por meio de estudos, utilizando evidências publicadas em plataformas como: PubMed, Scielo e ScienceDirect. Foram encontrados 131 artigos no total e os critérios de inclusão foram estudos de 2015 a 2022, originais e de relevância para o tema escolhido. Destes, 30 artigos foram escolhidos para leitura na íntegra e revisão. A procura foi feita na língua portuguesa e inglesa, utilizando como descritores as palavras chave: imunoterapia adotiva, leucemia e dessensibilização imunológica

Resultados

A terapia com células T foi aprovada pela ANVISA, em fevereiro de 2022. A aprovação foi baseada nos resultados do estudo piloto de fase II ELIANA. O trabalho incluiu pacientes de 25 centros de pesquisa. 68 pacientes de 3 a 23 anos participaram, resultados mostraram que 83% dos pacientes que receberam tratamento com tisagenlecleucel obtiveram remissão completa. Embora a técnica tenha resultados positivos, pode causar complicações (presentes em 20% dos pacientes) principalmente a síndrome de liberação de citocinas. No Brasil, essa técnica é considerada uma terapia de resgate, então recomenda-se que sua indicação seja para pacientes até 25 anos, portadores de LLA refratária, em segunda recidiva, ou recidivada após o TCTH. No Brasil, 7 pessoas foram tratadas com células car-T. Para LLA, foi encontrado o caso de uma paciente de 25 anos com LLA-B recidivada após quimioterapia e transplante de medula. A infusão foi feita em fevereiro de 2021, após 9 meses com tratamento convencional. Os resultados foram positivos, as dores debilitantes cessaram e a única reação adversa foi febre. Quase 2 anos depois, a paciente continua em remissão e acompanha mensalmente. A principal desvantagem da terapêutica é o custo, a primeira droga chegou por 475 mil dólares.

Conclusões

A LLA evoluiu de doença incurável para uma doença que está entre as mais entendidas e curáveis. Um ensaio clínico será realizado, ainda em 2023, com 30 pacientes de linfoma não Hodgkin de células B. O objetivo da FAPESP é que até 300 pacientes por ano sejam beneficiados no Brasil. É importante mais investimento na criação de mais centros de pesquisa, quanto mais ensaios com resultados positivos obtivermos, mais chance de que este tratamento seja financiado pelo SUS, aumentando sua acessibilidade

Palavras-chave

Imunoterapia adotiva; Leucemia; Dessensibilização imunológica.

Área

Estudo Clínico - Tumores Onco-Hematológicos

Autores

EDUARDA LOPES DE FREITAS, Breno Freitas Moyses Cristino, Vivian Vilatoro Jodar, Célia Beatriz Gianotti Antonelli