Dados do Trabalho


Título

Fitoterápicos com Potencial de Interação com o Tamoxifeno através das suas principais vias de metabolização, CYP3A4 e CYP2D6, no tratamento do Cancro de Mama.

Introdução

A fitoterapia é uma alternativa natural e menos dispendiosa para o tratamento de doenças, incluindo o câncer de mama. Em uma pesquisa realizada em 2017, constatou-se que 52,11% das pacientes com câncer de mama consumiam algum fitoterápico ou planta medicinal. O tamoxifeno é um fármaco amplamente utilizado no tratamento hormonal do câncer de mama, mas sua metabolização é um processo complexo que envolve várias vias metabólicas, incluindo a CYP3A4 e a CYP2D6. Fitoterápicos podem interagir com essas enzimas, reduzindo sua atividade e afetando o metabolismo de diversos fármacos, incluindo o tamoxifeno. Essas interações podem levar a efeitos colaterais mais graves e comprometer os resultados do tratamento. Portanto, é importante compreender as interações medicamentosas que podem ocorrer entre o tamoxifeno e fitoterápicos que utilizam essa via metabólica para garantir a segurança e a eficácia do tratamento.

Objetivo

Esta revisão de literatura tem como objetivo explorar por meio de pesquisas
disponíveis em bancos de dados, os fitoterápicos com maiores potenciais de interação
com o tamoxifeno no tratamento hormonal do câncer de mama, enfocando
especialmente nos fitoterápicos metabolizados pelas vias de metabolização CYP3A4 e
CYP2D6 e de maior relevância no Brasil.

Métodos

Trata-se de pesquisa exploratória, descritiva, de abordagem qualitativa, do tipo
revisão de literatura narrativa que, para sua execução, utilizou-se o banco de dados SciELO e
Google acadêmico. Buscou-se diferentes combinações dos descritores “fitoterápicos”,
“Interação medicamentosa”, “Tamoxifeno”, “Câncer de mama”, “CYP3A4” e
‘‘CYP2D6”. Foram-se analisados diversas pesquisas tanto em inglês quanto em
português publicadas entre os anos 1998 até 2022. A escolha de artigos em diferentes
contextos do tema foi definida por meio de leituras dos artigos que mais se encaixavam
no estudo. A partir daí, foram compilados os dados a fim de obter informações sobre a
temática.

Resultados

O estudo analisou fitoterápicos com potencial de inibição das enzimas CYP3A4 e CYP2D6. Foram-se usadas classificações baseadas em porcentagens de inibição ou valores de IC50. IC50 abaixo de 10 μg/mL indica alto potencial; 10-50 μg/mL, potencial alto; 50-100 μg/mL, potencial moderado; acima de 100 μg/mL, baixo potencial. Porcentagens: abaixo de 25%, baixo potencial; 25-50%, moderado; 50-75%, alto; acima de 75%, muito alto potencial de inibição. Isso ajuda a compreender e categorizar os efeitos dos fitoterápicos nas enzimas, informando sobre possíveis interações medicamentosas. Os resultados foram compilados em tabelas.

Conclusões

A interação entre fitoterápicos e tamoxifeno é relevante na prática clínica e pode afetar a eficácia do tratamento hormonal do câncer de mama. O conhecimento sobre essas possíveis interações auxilia o profissional a guiar o tratamento recomendado de maneira mais eficaz e garantir a segurança do tratamento. É importante que os pacientes estejam cientes dos possíveis riscos que a utilização de determinados fitoterápicos oferece quando utilizados concomitantemente à terapia hormonal do câncer. Mais pesquisas e estudos clínicos são necessários para compreender melhor os graus de interações entre esses fitoterápicos e o tamoxifeno, a fim de fornecer orientações mais precisas e evidências científicas sólidas para a prática clínica.

Palavras-chave

Fitoterápicos
Câncer de mama
Interação medicamentosa
Tamoxifeno

Área

Estudo Clínico - Tumores de Mama

Autores

BRUNO FRANCO DE OLIVEIRA SANTOS