Dados do Trabalho
Título
Perfil imuno-histoquímico de carcinomas mamários em microrregião do noroeste paulista
Introdução
O câncer de mama é a principal neoplasia que acomete as mulheres no Brasil e a segunda causa de morte nessa população (com exceção dos cânceres de pele não melanoma). Dada sua relevância, a pesquisa dos respectivos marcadores moleculares, possibilitada pelo avanço das técnicas em imuno-histoquímica, tem cada vez maior espaço na determinação de valores prognósticos e condutas terapêuticas.
Objetivo
Levantar os resultados das análises imuno-histoquímicas de carcinomas mamários diagnosticados no Serviço de Patologia do Hospital Emílio Carlos – Catanduva-SP, que atende a população de Catanduva-SP e sua microrregião.
Métodos
Trata-se de um estudo observacional e retrospectivo, com enfoque no levantamento dos padrões imunofenotípicos de todas os casos de carcinomas mamários realizadas pelo Serviço de Patologia do Hospital Emílio Carlos, no período de julho de 2018 a janeiro de 2021, mediante análise dos respectivos laudos anatomopatológicos e imuno-histoquímicos. Foram avaliadas as variáveis sexo, idade ao diagnóstico, tipo histológico da neoplasia e positividade imuno-histoquímica para receptor de estrógeno (RE) e progesterona (RP), fator de crescimento epidérmico humano 2 (HER2), índice de proliferação celular (Ki67) e proteína transmembrana E-caderina, tal como o subtipo molecular aproximado das neoplasias através do método de imuno-histoquímica.
Resultados
A amostra foi constituída por n=210 casos de carcinomas mamários invasivos, com idade média de 58 anos e predominantemente do sexo feminino (04 casos do sexo masculino). O carcinoma mamário invasivo do tipo não especial correspondeu ao principal tipo histológico (89,05%), seguido do carcinoma lobular invasivo . A expressão de receptor de estrógeno ocorreu em 92,86%, progesterona 80,48%, HER2 32,38% e Ki67 alto em 70%. O escore 2 (duvidoso) para expressão de HER2 ocorreu em 31% dos casos, dos quais 15% foram positivos para amplificação de HER2 pelo método de FISH e, portanto, positivos. A proteína E-caderina foi positiva em todos os casos de carcinomas do tipo não especial e em 10% dos lobulares. Quanto ao subtipo molecular aproximado (de acordo com as recomendações do 17º Consenso de St. Gallen e Colégio Americano de Patologistas), o luminal B esteve presente em 70% das amostras, luminal A 22,86%, triplo-negativos 4,29% e, por fim, HER2 superexpressos 2,86%.
Conclusões
O estudo dos fatores prognósticos e preditivos da neoplasia mamária mantém-se como fator de impacto na determinação de comportamento biológico dos tumores e na terapêutica a ser estabelecida. Os casos de carcinomas mamários da microrregião de Catanduva apresentam diferenças quando comparados com estudos nacionais, porém com semelhanças em relação a outros de caráter regional.
Palavras-chave
neoplasias de mama; imuno-histoquímica; patologia molecular
Área
Estudo Clínico - Tumores de Mama
Autores
VITOR AFONSO FAVARETTO, Maria Júlia Busnardo Aguena, Dalísio De Santi Neto, Daniela Wicher Sestito, Helena Ribeiro Souza