Dados do Trabalho


Título

Análise do impacto da exposição solar para lesões cutâneas oncológicas em campanha de prevenção em 2022

Introdução

O câncer de pele não melanoma (CPNM) é estimado no triênio de 2023 a 2025 como câncer mais incidente, com cerca de 210 mil novos casos nesse período. O CPNM possui baixa letalidade, contudo, com evolução da lesão, pode levar a ulcerações graves e invasão a tecidos adjacentes com importante morbidade local. Ademais, são fatores de risco para esse câncer ter pele ou olhos claros e exposição cumulativa ao sol.

Objetivo

Analisar a relação tempo de exposição solar diária e a cronologia de exposição solar ao longo vida com o número de lesões identificadas em campanha de prevenção primária e secundária no interior do Rio Grande do Sul em 2022.

Métodos

Estudo transversal segundo abordagem quantitativa das lesões malignas de pele de um grupo de 198 pessoas, das quais 96 são de Arroio do Padre e 102 de Morro Redondo, predominantemente de agricultores e de fenótipo de pele e olhos claros. Primeiramente, os indivíduos responderam questionário sobre história de exposição de fatores de risco e de lesões. Em seguida, os participantes tiveram toda a cabeça, membros superiores, tórax, abdome, dorso e regiões com lesões referidas examinados por médica dermatologista especialista e experiente em câncer, para os quais, as lesões foram identificadas por meio de dermatoscópio. Realizado o exame físico acurado, as lesões foram classificadas em suspeita de carcinoma basocelular (CBC), suspeita de carcinoma espinocelular (CEC), suspeita de melanoma e ceratose actínica, além da caracterização da morfologia delas. A coleta dos dados foi autorizada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina da UFPEL sob registro 5.682.275.

Resultados

Classificou-se os participantes: grupo A (exposição solar diária de até 8 horas por dia por menos de 30 anos); B (exposição de até 8 horas por mais de 30 anos); C (exposição de mais de 8 horas por menos de 30 anos) e D (exposição de mais de 8 horas por mais de 30 anos). Para o grupo A, foram 28 lesões (L) em 24 participantes com lesões (PCL) de um total de 51 (P), 0,55 lesões por participante (L/P); O grupo B respectivamente L=46, PCL=34, P=55 E L/P=0,84; Para o C, L=13, PCL=7, P=13 e L/P=1; Para o D, L=70, PCL=45, P=79 e L/P de 0,89. Assim, nota-se prevalência de L/P 52,3% maior para o grupo B em relação ao A, com exposição diária de até 8 horas, variou-se a cronologia; prevalência 82,1% maior para o grupo C em relação ao A, com cronologia de menos de 30 anos, variou-se a exposição diária; 11,4% menor para o D em relação ao C, exposição de mais de 8 horas, variou-se a cronologia; e 5,9% maior para D em relação a B, com cronologia de mais de 30 anos, variou-se a exposição diária.

Conclusões

Assim, sugere-se que o tempo de exposição diária ao sol foi mais influente no surgimento de lesões de pele para indivíduos com menos de 30 anos de exposição, comparados àqueles expostos por mais de 30 anos. Ademais, os anos de exposição solar tiveram maior relevância no surgimento de lesões para aqueles indivíduos com menos de 8 horas por dia de exposição. Por fim, vale ressaltar que o trabalho apresenta limitação dado o número de participantes e baixa representatividade da população brasileira.

Palavras-chave

Câncer de pele não melanoma; Exposição solar; Fatores de risco;

Área

Estudo Clínico - Tumores Cutâneos

Autores

VICTOR FAGUNDES SANTANA, Ester Larissa Tamura, Gabriel Marcelo Ribeiro Rocha, Vinicius Maia Silva, Gustavo Santana dos Santos, Giovanna Righete de Albuquerque Lima