Dados do Trabalho
Título
AVALIAÇÃO IN VITRO DA ATIVIDADE ANTITUMORAL DE POLISSACARÍDEOS PROVENIENTES DE AÇAÍ (Euterpe oleracea) SOBRE LINHAGEM DE MELANOMA MURINO
Introdução
Devido à sua alta a capacidade de formação de metástases, o melanoma é considerado o tipo mais grave e agressivo dentre os tumores de pele, apresentando uma taxa de mortalidade em torno de 70%. Apesar de sua baixa efetividade e dos inúmeros efeitos colaterais apresentados, a quimioterapia sistêmica ainda é a principal terapia utilizada no tratamento de pacientes com melanoma metastático. Nesse contexto, a busca por novas opções terapêuticas é de grande importância. O Brasil possui rica diversidade de plantas com compostos bioativos que têm despertado o interesse da indústria farmacêutica. Estudos demonstram que polissacarídeos obtidos de diversas fontes naturais, dentre elas as frutas, podem atuar como importante ferramenta na prevenção e no tratamento de diversas doenças, como o câncer.
Objetivo
Esta pesquisa teve por objetivo avaliar in vitro a atividade antitumoral de frações de polissacarídeos obtidos da casca e polpa de Açaí (Euterpe oleracea), sobre a linhagem de melanoma murino B16F10.
Métodos
Para o presente estudo, foram utilizadas a linhagem celular de melanoma murino B16F10, e para a avaliação de citotoxicidade dos polissacarídeos a linhagem celular de fibroblastos murino BALB/c-3T3. Após 24h de incubação, as células foram tratadas com diferentes concentrações (0, 5 e 10 µg/mL) da fração de polissacarídeos em estudo. Setenta e duas horas após o tratamento, as linhagens foram submetidas às análises funcionais.
Para a avaliação dos efeitos de FA sobre a viabilidade celular, foram utilizadas as análises de Vermelho Neutro (NR) e de Redução de Brometo de Difeniltetrazólio (MTT).
A avaliação dos efeitos de FA sobre a proliferação celular, foi avaliada em três tempos, 24h, 48h e 72h pelo ensaio de Cristal Violeta (CV).
Para avaliação dos efeitos de FA sobre a capacidade de migração da linhagem tumoral, foi utilizado o método de "scratch".
A capacidade clonogênica celular após o tratamento com FA foi avaliada pela contagem do número de colônias, por meio da utilização do corante CV.
Resultados
O tratamento com a FA reduziu a viabilidade da linhagem tumoral sem que a viabilidade das células normais fosse afetada. O tratamento também reduziu a proliferação da linhagem tumoral nas duas concentrações estudadas (5 e 10 μg/mL) em todos os tempos de exposição avaliados. Além disso, o tratamento com 10 μg/mL de FA, diminuiu a capacidade clonogênica tumoral. A fração estudada não exerceu influência sobre a capacidade de migração da linhagem tumoral em nenhuma das concentrações avaliadas.
Conclusões
Os resultados obtidos demonstram os potenciais efeitos de polissacarídeos obtidos de Açaí sobre células tumorais, contudo mais estudos in vitro e in vivo são necessários para esclarecer os mecanismos de interação e ação entre células tumorais e estas moléculas.
Palavras-chave
Melanoma. Polissacarídeos. Açaí.
Área
Estudo Clínico - Tumores Cutâneos
Autores
SUELEN CRISTINA SOARES BAAL, AMANDA PLAÇA BIALLI, RAFAELLA FERNANDA ANGELI , MÁRCIA HELENA APPEL, FABIOLA IAGHER