Dados do Trabalho
Título
Avaliação dos efeitos antineoplásicos da eribulina em modelos celulares de glioblastoma e oligodendroglioma
Introdução
O glioblastoma(GBM) é um câncer de mau prognóstico e opções terapêuticas restritas apesar dos avanços da biologia molecular. O desenvolvimento de alternativas para o GBM se torna urgentemente necessário. A eribulina, fármaco inibidor de microtúbulos, porém com outros efeitos antitumorais (inibição de transcriptase reversa e dano mitocondrial), foi aprovada recentemente para tratamento de câncer de mama. O potencial da eribulina para GBM e as vias moleculares relacionadas a seus efeitos neste tumor ainda não foram elucidadas.
Objetivo
Investigar os efeitos antitumorais e moleculares da eribulina em modelos in vitro de linhagens de GBM e oligodrendroglioma.
Métodos
Linhagens celulares de GBM (T98G, U138MG, U251MG e U87MG) e oligodendroglioma(HOG) foram utilizadas em concentrações e tempos de exposição à eribulina. Realizada viabilidade celular(MTT) e a clonogenicidade(formação de colônias) das 5 linhagens, obtendo-se o IC50 e selecionando as linhagens HOG(sensível), T98G(intermediária) e U138MG(resistente) para demais testes: citometria de fluxo quantificando conteúdo de DNA e dano mitocondrial, morfologia por imunofluorescência, expressão proteica(WesternBlot) e esferóides para avaliar os efeitos do fármaco em modelos 3D do tumor. Análise estatística com testes ANOVA e Bonferroni, considerando p-valor<0,05 significante.
Resultados
A eribulina reduziu viabilidade celular e clonogenicidade de maneira concentração/tempo-dependentes(p<0,05). A citometria revelou aumento concentração-dependente do dano mitocondrial e de populações celulares em subG1(apoptose) e G2/M(interrupção da mitose)(p<0,05). A morfologia na imunofluorescência confirmou estes achados e revelou perda de morfologia padrão e depósitos grânulos de tubulina.Molecularmente, a eribulina induziu a expressão de γH2AX, clivagem de PARP1 e fosforilação da STMN1. Em modelos 3D, a eribulina reduziu a viabilidade celular e a migração celular(p<0,05).
Conclusões
Neste estudo pré-clínico mostramos vias moleculares envolvidas nos efeitos farmacológicos da eribulina e sua indução de apoptose, dano ao DNA, prejuízo no metabolismo energético celular, inibição da proliferação celular e migração tumoral em modelos in vitro 2D e 3D de gliomas. A eribulina parece ser eficiente contra o GBM, sugerindo que esta possa ser uma potencial terapia e inspirando trabalhos futuros para o reposicionamento do fármaco.
Palavras-chave
Eribulina, Gliobastoma, Antineoplásicos
Financiador do resumo
CNPQ
Área
Estudo Clínico - Tumores do Sistema Nervoso Central
Autores
GUILHERME AUGUSTO SOUSA ALCANTARA, Mariane Cristina Nascimento, Bruna Oliveira Almeida, Livia Bassani Lins Miranda, Vitória Rezende Goll, Keli Lima, Eduardo Magalhães Rego, Letícia Veras Costa-Lotufo, João Agostinho Machado-Neto