Dados do Trabalho


Título

MORTALIDADE POR NEOPLASIAS DO COLO DO ÚTERO NO BRASIL NOS ANOS DE 2011 A 2020

Introdução

O câncer de colo do útero é considerado um grave problema de saúde pública, possuindo grande magnitude pelas altas taxas de mortalidade, considerado uma das doenças mais graves à saúde da mulher, chegando a ser representado pela quarta posição no ranking das causas de câncer na população feminina no Brasil, causado com maior frequência pela infecção persistente por alguns tipos oncogênicos do Papilomavírus Humano (HPV). Considerado um tipo de carcinoma de replicação desordenada do epitélio que reveste o útero podendo comprometer estruturas adjacentes, segundo o Ministério da Saúde, o câncer do colo do útero dá-se na parte inferior do útero, chamado de colo, localizado no fundo vaginal, sendo que 90% dos casos advêm na zona de transformação.

Objetivo

Avaliar o perfil de mortalidade por neoplasias do colo do útero no Brasil entre os anos de 2011 e 2020.

Métodos

Estudo quantitativo de delineamento descritivo, longitudinal retrospectivo, cujos dados obtidos estão disponibilizados no Sistema Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde de domínio público no Tabnet/DATASUS selecionados entre os dias 01 e 31 de maio de 2023. Os dados foram agrupados por faixa etária no período de 2011 e 2020. O Software utilizado para inferência de dados estatísticos foi o BioEstat 5.3, para análise de k grupos dependentes o método aplicado para avaliação da distribuição Gaussiana foi o teste de Shapiro-Wilk e para comparação dos grupos o teste de Friedman, possibilitando comparar as variáveis e as regiões do país. Os dados foram descritos por meio de estatística de descritiva, medidas de tendencia central e de dispersão.

Resultados

Cerca de 32.94% dos óbitos por neoplasias do colo do útero registrados nos últimos dez ano ocorreram na região Sudeste do país, 31.36% na região Nordeste, no Sul 14.41%, Norte 13.40% e 7.88% na região Centro-oeste, observada diferença entre as regiões p < 0.0001 e evolução crescente dos óbitos entre os anos de 2011 e 2020, p 0.0018. A região Norte é destaque com maior coeficiente de mortalidade representado por 9.1 óbitos para cada 100 mil habitantes, muito superior aos óbitos ocorridos no País com 5.7/100 mil, seguida pelas regiões Nordeste com 6.4/100 mil, Centro-Oeste com 5.9/100 mil, Sul com 5.7/100 mil e Sudeste com cerca de 4.4 óbitos por cem mil habitantes. Referente a faixa etária, nos dez anos submetidos a avaliação, cerca de 57.31% dos óbitos ocorreram entre mulheres adultas de 20 e 59 anos e 42.62% entre idosos maiores de 60 anos, com diferença estatista p 0.0016. Dentre as mulheres adultas cerca de 72.79% dos óbitos registrados estavam entre a faixa etária de 40 e 59 anos, sendo 27.21% acorrendo entre 20 e 39 anos (p 0.0016). Já em relação as mulheres idosas a maior concentração de óbitos é notada na faixa etária de 60 e 69 anos com 44.91% dos registros.

Conclusões

O registro dos óbitos é crescente entre os anos de 2011 e 2020, havendo maior predominância na região Sudeste, elevado coeficiente de mortalidade na região Norte e ocorrência com mais frequência nas mulheres adultas entre 40 e 59 anos.

Palavras-chave

Mortalidade. Neoplasias do Colo do Útero. Brasil.

Área

Estudo Clínico - Tumores Ginecológicos

Autores

RAISSA SILVA FROTA, Vitória Pereira Reis, Amanda Oliva Spaziani, Gustavo Henrique da Silva, João Carlos Bizinotto Leal de Lima