Dados do Trabalho
Título
Mortalidade por câncer gástrico na Região Centro-Oeste do Brasil
Introdução
O câncer gástrico (CG) representa a quinta causa de morte por câncer no mundo. Em 2020 foram registrados 5,21 óbitos/100 mil habitantes por essa neoplasia no Brasil. De maneira semelhante, a Região Centro-Oeste apresentou discreto aumento na mortalidade. Esse aumento pode ser justificado pela exposição aos fatores de risco e intensa atividade econômica relacionada ao agronegócio. Taxas de mortalidade estão diretamente associadas à variação geográfica e ao perfil populacional de cada região.
Objetivo
Descrever e comparar a mortalidade por CG entre homens e mulheres residentes das capitais da Região Brasil Central, no período de 2011 a 2021.
Métodos
Trata-se de um estudo ecológico onde os dados foram extraídos do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM/DATASUS) e Sistema de Vigilância Epidemiológica Nacional. As informações foram coletadas utilizando os óbitos por neoplasia maligna do estômago (C16), de acordo com a 10ª versão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10). As variáveis utilizadas foram sexo, faixa etária (20-80 anos ou mais), região e Unidade Federativa (UF) de residência, no período de 2011 a 2021. A análise foi realizada por meio da taxa de mortalidade padronizada por sexo e idade. Este estudo dispensa aprovação no comitê de ética, pois os dados secundários são de acesso livre e irrestrito e não ferem a confidencialidade das informações.
Resultados
Nesse estudo foi realizada a análise comparativa das taxas de mortalidade por CG nas capitais da Região Centro Oeste (Goiânia, Cuiabá e Campo Grande) e no Distrito Federal do Brasil. Em Brasília, os índices de mortalidade aumentaram ao longo dos anos e a capital registrou o maior número de óbitos por câncer gástrico (média de 162 óbitos/ano), quando comparada às outras capitais da Região Centro-Oeste. A taxa de mortalidade proporcional por sexo apresentou ocilações significativas. No período de 2011 a 2021, houve redução da mortalidade no sexo masculino, exceto Cuiabá que registrou aumento de 6,81 para 10,83/100 mil homens. Em contrapartida no sexo feminino ocorreu um aumento da mortalidade por CG em Brasília (3,34 para 4,30/100 mil mulheres), seguida por Campo Grande e Cuiabá. Taxas de óbitos decrescentes para ambos os sexos foram observadas somente em Goiânia. As faixas etárias entre 60-79 anos concentraram as maiores taxas de mortalidade, representando 50,11% do total de óbitos.
Conclusões
Foram observados números de óbitos decrescentes entre os homens, enquanto o sexo feminino apresentou taxas ascendentes de mortalidade. As maiores perdas observadas foram na população idosa. Pondera-se que o diagnóstico CG é muitas vezes tardio, o que contribui para pior desfecho e as regiões sociodemográficas podem influenciar no perfil da mortalidade por CG.
Palavras-chave
Saúde Pública; Sistemas de Informação; Neoplasias Gástricas.
Área
Estudo Clínico - Tumores do Aparelho Digestivo Alto
Autores
Pamela Mirelle Nascimento Ferreira, AMANDA FERREIRA PAES LANDIM RAMOS, Ana Luísa Santos Bizinoto, Diogo Nery Maciel, Mônica Santiago Barbosa