Dados do Trabalho
Título
Detecção de anormalidades cervicais e indicadores de qualidade dos exames citopatológicos realizados em uma Unidade Básica de Saúde em Município do Agreste Pernambucano durante a pandemia de COVID-19.
Introdução
O câncer do colo do útero, embora tenha alta incidência, apresenta forte potencial de prevenção e cura quando diagnosticado precocemente. Esta neoplasia está associada à infecção persistente por subtipos oncogênicos do Papilomavírus Humano (HPV), especialmente o HPV-16 e o HPV-18. Em 2020, a pandemia do coronavírus interferiu na capacidade do rastreamento do câncer do colo do útero em várias regiões, no mundo, implicando nos diversos serviços eletivos de saúde.
Objetivo
Verificar a detecção de anormalidades cervicais e os indicadores de qualidade na realização de exames citopatológicos, no triênio: 2019, 2020, e 2021, em uma Unidade Básica de Saúde de município do Agreste pernambucano.
Métodos
Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo, de fonte documental, a partir dos registros de exames citopatológicos realizados entre janeiro de 2019 a dezembro de 2021. Foram incluídos os exames citopatológicos do Sistema de Prontuário Eletrônico do Cidadão, da Unidade Básica de Saúde, referente aos anos do estudo. Foram excluídos os formulários com dados incompletos. Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, número: 4.973.469.
Resultados
Foram avaliados 862 resultados de exames citopatológicos, dos quais 20 foram insatisfatórios. Observou-se a qualidade, considerando o percentual de insatisfatoriedade das amostras, sendo observado 1,2% em 2019, 3,2% em 2020 e 2,9% em 2021. Foram realizados 330 exames em 2019, 252 em 2020 e 280 em 2021. Ficando evidente um decréscimo de 23,6% na realização dos exames, em 2020, e 15,1% 2021. Na detecção de anormalidades cervicais, houve um acréscimo de 32,6% em 2020, seguido por uma redução de 18,3% em 2021. Foi observado que as atipias de células escamosas, não sendo possível excluir lesão de alto grau (ASC-H) e lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (LSIL), se equiparam nos anos de 2019 e 2020, mesmo 2020 sendo um ano que representou um decréscimo significativo no número de exames realizados. Apesar da instabilidade na realização dos exames citopatológicos, a taxa de positividade se manteve dentro do esperado entre 3% a 10%, de acordo com o preconizado pelo Ministério da Saúde
Conclusões
Os efeitos das restrições impostas pela pandemia foram evidentes na redução da realização dos exames, pois os números se mantiveram aquém do tempo pré-pandêmico analisado. No entanto, não houve impacto nos indicadores de qualidade na detecção de anormalidades cervicais dos exames citopatológicos, visto que a adequabilidade das amostras e o índice de positividade se apresentavam dentro dos padrões preconizados pelo manual de gestão da qualidade dos exames no período do estudo.
Palavras-chave
Câncer do colo uterino; Exames citopatológicos; Pandemia
Área
Epidemiologia e Prevenção
Autores
ADRYA LUCIA PERES BEZERRA, JOSEFA RENATA SILVA, HEITOR IAN BEZERRA MEDEIROS