Dados do Trabalho
Título
Parotidectomia por um tumor benigno - Relato de caso
Introdução
Os tumores benignos de glândula parótida, sobretudo o Adenoma Pleomórfico (AP), é o mais comum entre os tumores de cabeça e pescoço. Fatores de risco estão relacionados com idade, sexo e tabagismo. O diagnóstico depende do anatomopatológico associado com a imunohistoquímica. Devido à sua evolução lenta e indolor, o diagnóstico é retardado até que um nódulo ou abaulamento esteticamente desconfortável seja notado na região da glândula parótida, indicando uma massa sólida, móvel e bem definida.
Objetivo
Relatar o caso de um paciente submetido à parotidectomia parcial devido tumor benigno com biópsia prévia compatível com adenoma pleomórfico e evidenciar através da revisão da bibliografia que mesmo raros, os tumores benignos da parótida são uma realidade que exigem total atenção.
Métodos
Análise do prontuário de um paciente submetido a uma parotidectomia por tumor benigno, realizado por um médico cirurgião de cabeça e pescoço capacitado. Além disso, como base teórica, foram realizadas buscas nas bases de dados Pubmed e SciELO, filtrando publicações dos últimos 5 anos
Resultados
AAS, homem, negro, 64 anos. Apresentou massa na parótida direita que cresce de forma lenta e indolor. Exames complementares sugerem AP. Tomografia e ultrassonografia evidenciaram lesão expansiva na parótida direita, com nódulos de contornos regulares e lobulados. Foi indicada parotidectomia parcial. Após cirurgia, a mímica facial foi preservada, mas houve abaulamento macio na região cirúrgica, indicando seroma após a punção. O anatomopatológico indicou neoplasia epitelioide e o imunohistoquímico fechou o diagnóstico para o AP.O AP é um tumor com características epiteliais e mesenquimais, comum nas glândulas salivares. Geralmente, localizado na parótida e é frequente em mulheres entre 40-50 anos. É uma lesão sólida, ovóide, de crescimento lento e assintomático. O diagnóstico requer exames de imagem e PAAF. O tratamento é cirúrgico e o prognóstico excelente, com cura em torno de 95%. Sua malignização é rara e a escolha da cirurgia adequada é crucial para evitar complicações e recidivas.
Conclusões
A parotidectomia parcial é uma cirurgia delicada que requer precisão do cirurgião de cabeça e pescoço. As principais preocupações são evitar a recorrência e complicações cirúrgicas, especialmente a lesão do nervo facial. A escolha da cirurgia adequada influencia diretamente o prognóstico. Para um bom procedimento, é essencial realizar o mapeamento anatômico e identificar o tipo e localização do tumor na glândula parótida, a fim de evitar recorrência, malignização e sequelas a longo prazo.
Palavras-chave
Adenoma Pleomórfico; Neoplasia Benigna; Parotidectomia
Área
Estudo Clínico - Tumores de Cabeça e Pescoço
Autores
BEATRIZ DE LIMA VITORIO FERREIRA, Maria Vitória Moreira Albuquerque Gusmão, Diego Rocha Moreira , Mariana Vidal Miyazato