Dados do Trabalho


Título

Participação Social no SUS: Experiências e desafios para pós-graduandos em Oncologia

Introdução

Residências multiprofissionais constituem-se como uma pós-graduação lato-sensu, focando na articulação ensino-serviço, comprometida com a coletividade e com transformações das práticas em saúde. A participação social no SUS é incentivada pela Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer, garantindo assistência integral e intersetorial às pessoas em tratamento oncológico. Nesse sentido, residentes em Oncologia, caracterizam-se como atores intrinsecamente envolvidos com políticas públicas.

Objetivo

Refletir sobre os ritmos e desafios para a efetiva participação em contextos de participação política durante a residência multiprofissional na atenção especializada.

Métodos

Trata-se de um relato de experiência durante o período entre março e agosto de 2023, sendo o primeiro ano em uma residência multiprofissional da primeira autora deste trabalho. Para coleta de dados, foram utilizados diários de campo da pesquisadora, que dizem respeito à prática em um hospital referência em oncologia no nordeste, como também materiais produzidos em momentos de ensino, como conteúdos de aulas, discussões em grupos e participação em eventos.

Resultados

O trabalho na área da saúde pode ser compreendido como político e transformador, tendo em vista a micropolítica do cuidado com os outros, e as relações estabelecidas em contextos diversos, evidenciando a indissociabilidade entre a gestão e a clínica. Na oncologia, as diferenças e os determinantes sociais em saúde ressaltam a necessidade de manter o olhar atento ao contexto em que o serviço e a atuação se inserem, sendo o hospital por si um espaço político, reflexo da coletividade. Necessidades diversas emergem a partir do adoecimento, revelando barreiras no acesso à saúde, que devem ser enfrentadas por todos os atores envolvidos na rede de atenção à saúde. Na residência, a carga horária elevada e as exigências institucionais, favorecem a compreensão do residente apenas como força de trabalho, ficando negligenciado o caráter social, político e de (trans)formação desta modalidade de ensino e formação em saúde.

Conclusões

A experiência na residência é política, fazendo-se necessário o incentivo aos espaços que possibilitem e estimule o pensamento crítico de profissionais em formação, favorecendo a transformação da saúde no Brasil. A qualidade da formação deve estar implicada com o trabalho social em saúde, buscando favorecer uma assistência articulada em diversos pontos da rede de atenção às pessoas com câncer, oferecendo aos pacientes condições para o acesso integral ao cuidado em oncologia.

Palavras-chave

formação em saúde, residência multiprofissional; cuidado em oncologia.

Área

Educação

Autores

GABRIELA CORREIA ROCHA, Kátia Jane Chaves Bernardo