Dados do Trabalho
Título
Expressão de Quinases Pouco Estudadas e Sua Relação com Aspectos Clínicos e Histopatológicos em Tumores Sólidos
Introdução
No contexto da terapêutica oncológica, as proteínas quinases despontam como alvos cruciais, conduzindo modificações fosfatadas fundamentais. Nesse horizonte, emergem as quinases pouco estudadas, "dark kinases", cujo potencial permanece em grande parte inexplorado. Este estudo desvenda essas incógnitas, lançando luz sobre novas estratégias terapêuticas. Nosso propósito é identificar alvos como VRK1, VRK2, PKMYT1 e LMTK3, em tumores sólidos, abrindo novas perspectivas para a prática clínica.
Objetivo
Analisaremos as quinases VRK1, VRK2, PKMYT1 e LMTK3 em amostras tumorais por imuno-histoquímica, organizadas em "tissue microarrays" (TMAs), relacionando sua expressão com aspectos histopatológicos e dados clínicos, avaliando impacto na sobrevida.
Métodos
Foram usados 14 TMAs, totalizando mais de 1000 amostras parafinadas para os marcadores VRK1, VRK2, PKMYT1 e LMTK3. Dados clínicos e patológicos foram obtidos de prontuários médicos e organizados na plataforma REDCap. A técnica TMA permitiu estudos IHQ em larga escala, com áreas inadequadas excluídas por um patologista. O HSCORE foi determinado pelo patologista com base na porcentagem de células marcadas e intensidade. Análises estatísticas usaram testes de Kruskal Wallis, correlação de Spearman e análise de sobrevida com teste de Log Rank, considerando valores p<0.05. Este método abrangente permite a investigação da relação entre expressão proteica, dados clínicos e sobrevida em amostras tumorais.
Resultados
Em relação aos gliomas, os marcadores VRK1 e VRK2 associaram-se significativamente ao estadiamento clínico. VRK1 apresentou p = 0,0002 para grupos sem neoplasia vs. estágios II, III e IV. VRK2 mostrou p = 0,0018 na mesma comparação e p = 0,0238 entre glioblastomas com/sem mutação IDH1. Além disso, VRK2 demonstrou p = 0,0045 na sobrevida global ao dividir pacientes por alta e baixa expressão (cutoff: 20). A soma dos HScores de VRK1 e VRK2 também se associou ao estadiamento (p = 0,0297) e sobrevida (p = 0,0157, cutoff: 240).
Para hepatocarcinoma, a soma dos HScores de VRK1 e VRK2 associou-se a tabagismo (p = 0,0128) e tendência na sobrevida (p = 0,0617), comparando VRK1 + e/ou VRK2+ com VRK1- VRK2-.
Já em adenocarcinoma pulmonar, PKMYT1 revelou relevância na sobrevida global (p = 0,0049) e livre de progressão (p = 0,0157) entre alta e baixa expressão (cutoff: 75).
Por fim, em adenocarcinoma de mama, LMTK3 (anticorpo Santa Cruz) associou-se ao HScore nuclear em relação ao paciente ter apresentado outra neoplasia antes ou depois do diagnóstico (p = 0,0137).
Conclusões
A análise das "dark kinases" VRK1, VRK2, PKMYT1 e LMTK3 revelou associações significativas com diversos tumores sólidos. VRK1 e VRK2 correlacionaram-se com estadiamento em gliomas, enquanto PKMYT1 mostrou relevância na sobrevida em adenocarcinoma pulmonar. No contexto de hepatocarcinoma, VRK1 e VRK2 associaram-se ao tabagismo e tendência na sobrevida. LMTK3 apresentou associação nuclear em adenocarcinoma mamário. Esses insights destacam novas possibilidades terapêuticas e prognósticas para tumores sólidos, indicando alvos promissores para investigações futuras.
Palavras-chave
Quinases pouco estudadas
Tissue microarray
Bioinformática
Financiador do resumo
Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A
Área
Pesquisa básica / translacional
Autores
JOSE AUGUSTO STINGHEN NETO, Glaucia Noeli Maroso Hajj