Dados do Trabalho
Título
Perfil de atendimentos realizados pelo Time de Resposta Rápida em um Cancer Center brasileiro
Introdução
As escalas de identificação e avaliação precoce de deterioração clínica foram elaboradas com o objetivo de auxiliar a equipe assistencial a identificar precocemente qualquer alteração dos sinais vitais, nível de consciência e deterioração clínica do paciente adulto. Para tanto, na instituição a equipe assistencial, conta com o apoio e suporte de um time de resposta rápida (TRR), composto por médico, enfermeiro e fisioterapeuta. A atividade do TRR tem por objetivo, apoio e oferecer suporte à equipe da unidade de internação, trazendo maior expertise e maior agilidade no atendimento urgência e emergências, objetivando melhores desfechos.
Objetivo
Identificar o perfil de pacientes adultos que necessitaram de atendimento do TRR no período diurno em um cancer center brasileiro.
Métodos
Estudo retrospectivo descritivo, com dados provenientes do prontuário eletrônico do paciente oncológico. Foram incluídos os pacientes que receberam assistência do TRR pelo acionamento do bipe para atendimento de PCR ou pelo acionamento do telefone móvel para atendimento de insuficiência respiratória aguda e/ou deterioração clínica. A escala de MEWS voltada a pacientes adultos dispõe de pontuação específica, sendo zero em cada sinal vital sem alteração, e score 1 até 3, a depender de quão alterado se encontra a pressão arterial sistêmica, frequência cardíaca ou respiratória e temperatura; a somatória dos pontos direciona o enfermeiro assistencial a solicitar avaliação do médico internista e/ou na presença de score 3 em um único sinal vital ou score ≥ 5, o TRR completo é acionado. Foram analisados os dados dos pacientes atendidos no período diurno de março de 2021 até setembro de 2022, após a aprovação do Comitê de Ética Institucional (nº 3796/23).
Resultados
São realizados em média 1500 atendimentos ao mês, no entanto, o time completo é direcionado ao atendimento de uma pequena parcela, no período do estudo identificamos 280 atendimentos do TRR, com predominância para o setor de unidade de internação, 257 (92%) em detrimento dos atendimentos em ambulatórios 23 (8%). Identificamos a mesma proporção em ambos os gêneros, com destaque para pacientes com idade a 60 anos, 185 (66%). Identificamos presença de tumores sólidos em 236 (84%) pacientes. Dentre os principais motivos de acionamento do TRR, destacamos, arritmias cardíacas ou hipotensão arterial sistêmica em 70 (25%) pacientes, a insuficiência respiratória aguda em 63 (23%) pacientes e PCR em 10 (4%). Identificamos ainda que, 183 (65%) pacientes foram encaminhados para a unidade de terapia intensiva (UTI), em contra partida, 97 (35%) permaneceram na unidade de internação. Identificamos que, 179 (64%) pacientes evoluíram a óbito, sendo 155 (87%) em decorrência da evolução da doença oncológica e se encontravam com medidas de limitação de suporte à vida e outros 24 (13%) pacientes devido a deterioração clínica.
Conclusões
Há evidências moderadas ligando a implementação do TRR com diminuição da mortalidade e taxas de PCR fora da UTI. Os resultados que ligam o TRR às taxas de transferência da UTI são inconclusivos e difíceis de interpretar. No entanto, os benefícios da atividade desenvolvida precocemente pelo time, podem ser percebidos devido a necessidade de mudança na cultura de segurança.
Palavras-chave
Time de resposta rápida, equipe de emergência médica, oncologia
Área
Gestão e Inovação
Autores
JESSICA TALITA MARIANA WICTHOFF RANIERO, Graziela Ferreira de Alencar, Bruna Nardelle Silva, David Willian Miranda de Lima, Felipe dos Santos, Leticia Ricci Nunes, Cíntia Carla Silva Zapelin, Frederico Leonardo Dias da Silva, Marcon Censoni de Avila Lima