Dados do Trabalho
Título
Associação entre o tabagismo e a chance de adenocarcinoma gástrico em pacientes na região Brasil Central
Introdução
O câncer gástrico (CG) é a sexta neoplasia maligna mais frequente e a quinta maior causa de morte por câncer no mundo. Na Região Centro-Oeste do Brasil essa neoplasia é a quarta mais incidente e a quinta mais letal. Dentre os fatores de risco para essa neoplasia, estão o hábito de fumar e ingestão de bebidas alcoólicas. O tabagismo é amplamente associado ao aumento significativo do risco de adenocarcinoma gástrico (AdG), devido à presença de carcinógenos em seu conteúdo.
Objetivo
O objetivo do estudo foi avaliar o impacto do hábito tabagista na chance de desenvolvimento de AdG em pacientes atendidos em hospitais de referência em Goiânia, Goiás.
Métodos
Esse estudo foi realizado em hospitais de referência em oncologia, localizados na região Central do Brasil. O projeto foi aprovado pelo comitê de ética em Pesquisa da Associação de Combate ao Câncer em Goiás sob o parecer de número 2.885.763 e pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás sob o parecer de número 2.519.032. Foram incluídos nesse estudo pacientes dispépticos, maiores de 18 anos, submetidos à endoscopia digestiva alta e/ou gastrectomia. O diagnóstico dos pacientes com AdG foram confirmados pelo exame histopatológico e classificados de acordo com o CID10-C16. informações sobre o estilo de vida dos participantes foram coletados por meio de questionário. As análises estatísticas foram realizadas usando o software STATA (Statistics/Data Analysis).
Resultados
Um total de 155 pacientes foram incluídos no estudo, sendo 25,81% portadores de AdG. Dentre os pacientes, 11,11% eram fumantes, 82,35% não tinham o hábito de fumar e 6,54% eram ex-tabagistas. Entre os pacientes portadores de AdG 21,05% eram tabagistas e no grupo sem AdG 7,83% dos pacientes possuíam o hábito de fumar (OR = 4,20, IC 95% 1,45-12,09). Os ex-tabagistas corresponderam a 21,05% dos casos de AdG e nos pacientes sem a doença apenas 1,74% eram ex-tabagistas (OR = 18,90, IC 95% 3,75-95,19). Desse modo, uma maior porcentagem de indivíduos tabagistas, incluindo fumantes e ex-fumantes, apresentavam AdG (42,1%) em comparação com aqueles que não tinham essa forma de câncer (9,57%). Houve associação estatisticamente significativa entre o uso de tabaco e a chance de AdG (p= 0,008).
Conclusões
O tabagismo pode ser um fator de risco adicional na incidência de adenocarcinoma gástrico e os achados sugerem uma associação. Campanhas de saúde pública sobre o hábito de parar de fumar podem ser uma estratégia eficaz para reduzir o risco dessa doença. No entanto, estudos mais abrangentes são necessários para o entendimento do papel do fumo na chance de AdG na região.
Palavras-chave
Adenocarcinoma gástrico; Tabagismo; fatores de risco.
Financiador do resumo
PROAP, AUXPE: 1665/2016 e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
Área
Estudo Clínico - Tumores do Aparelho Digestivo Alto
Autores
Julia Alves Souza, DIOGO NERY MACIEL, Amanda Ferreira Paes Landim Ramos, Gabriel Ribeiro Maximo, Lucas Trevizani Rasmussen, Mônica Santiago Barbosa