Dados do Trabalho


Título

Identificação de mutações na região promotora do gene TERT (Transcriptase Reversa da Telomerase) em pacientes com Melanoma.

Introdução

Melanoma é um câncer que acomete os melanócitos. No Hospital de Câncer de Barretos, pacientes com doença localmente avançada ou metastática são encaminhados para realização de Sequenciamento de Nova Geração (NGS) a partir do painel comercial TruSight Tumor 15 (Illumina) que inclui quinze genes drivers frequentemente mutados em diferentes cânceres. Na prática clínica apenas os genes BRAF, NRAS e KIT são analisados. O gene TERT, frequentemente mutado em sua região promotora e que vem sendo associado a características que conferem um pior prognóstico não está incluído neste painel.

Objetivo

Identificar mutações (C250T e C228T) na região promotora do gene TERT em pacientes com melanoma previamente avaliados por NGS em nossa instituição, associando os resultados obtidos a características clínico patológicas.

Métodos

Para seleção da casuística foram selecionados todos pacientes que apresentavam melanoma, haviam realizado NGS entre os anos de 2018 à 2021 e que possuíam prontuário (físico ou eletrônico) para a coleta de dados, totalizando 268 pacientes. Mutações em pTERT foram detectadas por Pirosequenciamento ou por Droplet Digital PCR (ddPCR), quando a metodologia anterior fosse considerada inconclusiva para avaliação das mutações propostas. Dados clínico patológicos foram registrados na plataforma RedCap. Análises estatísticas como o estabelecimento de associações (Qui-quadrado ou Exato de Fisher), a análise multivariada de estimativa de sobrevida global (Modelo de Regressão de Cox), a análise de sobrevida global e de sobrevida livre de eventos (teste de Log-Rank e curvas de Kaplan-Meyer) foram realizadas no software IBM SPSS Statistics 25.0, considerando um limite de significância de 95%. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do HCB, e está inscrito sob o número 2262/2021.

Resultados

Dos 268 pacientes, 5 foram excluídos por ausência de material genético para análise e 2 foram considerados inconclusivos em ambas as metodologias. Frente aos 261 restantes, 83 apresentam mutações C250T (31%), 52 mutações em C228T (19,4%) e 126 (47%) são selvagens para as mutações avaliadas. A análise univariada mostrou associações entre a presença de mutação em pTERT com o subtipo histológico (p = 0,004) e com a localização da lesão (p < 0,001). Os subtipos que apresentaram maior frequência de mutações foram o nodular e superficial, enquanto o que apresentou menor frequência foi o subtipo acral. Quanto a localização, mutações foram mais frequentes em tumores localizados na região da cabeça e pescoço e tronco, e menos frequentes nas extremidades. A análise de sobrevida não mostrou diferença nas taxas de sobrevida global (p = 0,290) e de sobrevida livre de eventos (p = 0,138) entre os grupos selvagem e mutado. Por fim, foram investigados 13 casos que segundo o pirosequenciamento seriam considerados duplo mutados. Desses, somente 1 caso foi confirmado por ddPCR.

Conclusões

Os achados reforçam a importância da investigação em pTERT uma vez que sua alteração é frequente em pacientes com melanoma em nossa instituição. Esses pacientes, por apresentarem estágios clínicos avançados, tornam necessária a busca por novos fatores prognósticos e alvos moleculares.

Palavras-chave

Melanoma, mutações, pTERT

Financiador do resumo

Hospital de Câncer de Barretos

Área

Estudo Clínico - Tumores Cutâneos

Autores

RENAN PERINAZZO ZIMARO, Paula Alves da Silva, Leticia do Nascimento Braga Pereira, Ana Carolina Laus, Vinicius de Lima Vazquez