Dados do Trabalho
Título
ADENOCARCINOMA COLORRETAL: AS PRINCIPAIS MUTAÇÕES GENÉTICAS E AS TERAPÊUTICAS RELACIONADAS
Introdução
O câncer colorretal foi considerado, em 2023, o segundo câncer mais incidente no Brasil, tanto no sexo masculino, quanto no feminino. As lesões que precedem o desenvolvimento desse câncer apresentam-se, em sua maioria, na forma de pólipos, sendo adenomas os pólipos pré-neoplásicos mais comuns, os quais apresentam grande potencial de diferenciação em câncer. Dessa maneira, os adenocarcinomas colorretais representam 96 a 98% do tipo histológico mais prevalente de câncer colorretal.
Objetivo
O atual trabalho propõe analisar e interpretar informações, disponíveis em bancos de dados, referentes aos casos de adenocarcinoma colorretal tendo como foco identificar as principais mutações genéticas envolvidas e as terapêuticas relacionadas.
Métodos
Foram selecionados quatro bancos de dados genéticos, amplamente utilizados e bem estabelecidos, incluindo o The Cancer Genome Atlas (TCGA), o Genomic Data Commons (GDC), o Catalog of Somatic Mutations in Cancer (COSMIC), o DrugBank e o Genomics of Drug Sensitivity in Cancer (GDSC). Os dados extraídos abarcam informações sobre os genes afetados a frequência das mutações em pacientes com adenocarcinoma colorretal e os fármacos associados, identificando as principais mutações genéticas, considerando a frequência e a relevância clínica. A frequência, por sua vez, foi determinada por uma análise estatística descritiva, observando possíveis oscilações nos valores de incidência entre as distintas bases de dados. Os resultados obtidos foram comparados com a literatura científica concernente à temática em questão.
Resultados
Os principais genes mutados no adenocarcinoma colorretal são APC, TTN, TP53, KRAS, SYNE1. As frequências mutacionais oscilam entre os banco de dados, de modo que APC variou de 79-52%, TTN de 61-53%, TP53 de 63-47%, KRAS de 45-34% e SYNE1 de 34-30%. Diante disso, elencou-se terapias atuais e eficazes indicadas segundo o status mutacional em questão, onde, para o gene APC, se recomendaria a droga EPZ004777 que age na via DOT1L, fomentando a parada do ciclo celular pela modulação epigenética da expressão c-Myc. Ademais, os fármacos BMS-345541, OSI-027 e Ruxolitinibe apresentam bons efeitos e vias conhecidas no gene APC. Quanto ao gene TP53, os compostos MIRA-1 e PRIMA-1MET, que atuam na via alvo p53, induzem a apoptose em células tumorais. Já as drogas Afuresertibe, inibidor da via AKT, Ibrutinibe e Dabrafenibe, inibidores quinase, agem em KRAS inibindo a proliferação do câncer. Com relação aos genes TTN e SYNE1, não foram encontradas terapêuticas específicas nos bancos de dados citados.
Conclusões
Em suma, torna-se relevante a busca, nos pacientes, de alterações nos genes APC, TP53, TTN, KRAS e SYNE1, visto que são os mais afetados por mutações no adenocarcinoma colorretal. Assim, indica-se o uso, quando viável, de EPZ004777, BMS-345541, OSI-027 e Ruxolitinibe em casos de mutações em APC, MIRA-1 e PRIMA-1MET para mutações em TP53 e Afuresertibe, Ibrutinibe e Dabrafenibe para mutações em KRAS. Ademais, a falta de fármacos exclusivos para TTN e SYNE1, indica desafio para pesquisas futuras.
Palavras-chave
Adenocarcinoma colorretal; Mutação genética; Terapêutica;
Área
Estudo Clínico - Tumores Colorretais
Autores
TATIANE CARINTA DE SOUZA, Aline Pasquini Santos, Amanda Gabriele Alves Cobiniano Melo, Luann Bambach Marinho, Ana Luísa Vicente Mendes, Isabela Martins Muller, Paulo José Matni dos Santos