Dados do Trabalho


Título

Descolonização pré operatória pode reduzir a taxa de Infecção de sítio cirúrgico nos pacientes submetidos a cirurgia de grande porte em cabeça e pescoço?

Introdução

Infecção de sítio cirúrgico (ISC) é a principal complicação que acomete os pacientes submetidos a cirurgia de grande porte em cabeça e pescoço. A descolonização cutânea é implementada em diversas modalidades cirúrgicas para reduzir ISC, entretanto nas cirurgias de grande porte em cabeça e pescoço não existe um consenso estabelecido

Objetivo

Avaliar se a descolonização pré-operatória realizada por pacientes submetidos a cirurgia de grande porte em cabeça e pescoço reduz a incidência de infecções de sítio cirúrgico e o tempo de internação hospitalar.

Métodos

IIncluímos pacientes que realizaram cirurgias de grande porte em cabeça e pescoço, consulta de enfermagem pré-operatória, higiene bucal e banho com clorexidina e mupirocina nasal por cinco dias no pré-operatório. A análise foi por intenção de tratamento, utilizado o software R package, o teste t de Student e o teste do qui-quadrado. A regressão logística para identificar variáveis preditoras, o modelo de regressão linear para a predição do cálculo de tempo de internação hospitalar, e pareamento dos pacientes usando escores de propensão (PS).

Resultados

401 pacientes foram inclusos,103 pacientes (23,7%) foram descolonizados. O tempo operatório médio foi de 618,3 minutos. A ISC ocorreu em 168 pacientes (41,9%), 37,9% nos pacientes descolonizados versus 43,3%. O tempo médio de internação hospitalar foi de 15,0 dias para toda a coorte, os pacientes não descolonizados com uma média de 16,2 dias internados versus 11,7 dias para os pacientes descolonizados. Para pacientes pareados, o tempo de internação foi de 16,3 dias para pacientes não tratados e 12,6 dias para pacientes tratados (p=0,042).

Conclusões

A descolonização pré-operatória não apresentou significância estatística nas taxas de ISC, mas o tempo de internação hospitalar foi significativamente menor no grupo de pacientes descolonizados.

Palavras-chave

Infecção cirúrgica da ferida.
Câncer de cabeça e pescoço.
Profilaxia pré esposição.

Área

Estudo Clínico - Tumores de Cabeça e Pescoço

Autores

RENATA OTONI NEIVA, Hugo Fontan Kohler, José Guilherme Vatanian, Luíz Paulo Kowalski, Genival Barbosa Carvalho