Dados do Trabalho
Título
Letalidade da infecção por COVID-19 em pacientes oncológicos em um Cancer Center brasileiro
Introdução
O SARS-CoV 2, ou COVID-19, é uma doença de alta disseminação. Pacientes oncológicos são mais vulneráveis tanto às infecções, como a desfechos graves da doença, quando infectados pelo SARS-CoV 2. A vacinação em pacientes oncológicos induz a melhora clínica com menor risco de hospitalização e morte. Estudos que investigaram a mortalidade em pacientes oncológicos realizados no ano de 2020, evidenciaram altas taxas de letalidade para Covid-19 principalmente no Brasil, Estados Unidos, Argentina e Turquia.
Objetivo
OBJETIVO GERAL
Analisar os fatores associados a mortalidade de pacientes oncológicos com COVID-19, em um centro de câncer após a implantação de programas de vacinação.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Investigar a mortalidade por COVID-19 em pacientes oncológicos
• Identificar a taxa de letalidade para COVID-19 em pacientes oncológicos por topografia e faixa-etária.
• Analisar a mortalidade de pacientes com câncer e COVID-19 por topografia, situação clínica e fatores sociodemográficos como idade, sexo, presença de comorbidades e vacinação.
Métodos
Trata-se de um estudo de coorte em pacientes que testaram positivo para Covid-19, entre março de 2021 a dezembro de 2022, no A.C. Camargo Cancer Center. As variáveis categóricas serão comparadas pelo o teste do qui-quadrado, com nível de significância de 5%. A taxa de letalidade para COVID-19 será calculada para cada topografia de câncer dividindo o número de mortes por COVID-19 pelo número total de pacientes oncológicos COVID-19 positivos. A técnica de regressão logística será empregada para descrever a associação entre a variável dependente e o conjunto de variáveis independentes. Na construção do modelo múltiplo, análises univariadas serão conduzidas empregando como critério para entrada no processo de modelagem valor de p≤0,20. Na análise múltipla permanecerão as variáveis que apresentarem p<0,05 e aquelas consideradas como ajuste.
Resultados
No período de março de 2021 a janeiro de 2022, foram identificados de 884 pacientes oncológicos com diagnóstico de infecção por COVID-19, com média de idade de 57,8 anos, sendo mais frequente em pacientes acima de 60 anos (53%), do sexo feminino (60%), atendidos por convênio ou particular (76%). Em relação a vacinação, 738 (83%) pacientes foram vacinados por pelo menos uma dose, 621 (70%) receberam a segunda dose, e apenas 292 (33%) receberam a dose reforço. Quanto às variáveis clínicas de comorbidades e óbito, 85 (10%) pacientes faleceram por consequências diretas do COVID-19, sendo 18 (22%) por tumores hematológicos e 66 (78%) por tumores sólidos. Os tumores de mama (13%), órgãos digestivos (13%), pulmão (12%), próstata (12%) e colorretal (8%) foram os mais frequentes. As comorbidade mais frequente foram hipertensão arterial (37%), diabetes (22%) e obesidade (23%). Desses, 193 (22%) pacientes estavam em tratamento oncológico, e 190 (22%) estavam em seguimento, no momento do diagnóstico de infecção por COVID-19.
Conclusões
Dos 884 pacientes oncológicos que foram vacinados entre março de 2021 a janeiro de 2022 vimos maior frequência em idade superior a 60 anos, sexo feminino, atendidos por convênio, vacinados com a primeira e segunda dose. Quanto às topografias, vimos que os tumores de mama, órgãos digestivos, pulmão, próstata e colorretal foram mais frequentes.
Palavras-chave
Mortalidade, COVID-19, câncer, Vacinas contra COVID-19
Financiador do resumo
N/A
Área
Epidemiologia e Prevenção
Autores
PAOLA ENGELMANN ARANTES, MARIA PAULA CURADO, GISELE APARECIDA FERNANDES