Dados do Trabalho

Título

Avaliação do nível de distress de mulheres sobreviventes de câncer de mama: estudo longitudinal

Introdução

Sobreviventes de câncer de mama vivencia efeitos colaterais relacionados ao câncer e seus tratamentos, que contribuem para os aumentos no nível de sofrimento psicológico.

Objetivo

Identificar o nível de distress e os problemas relatados pelas mulheres sobreviventes de câncer de mama, segundo Termômetro de Distress, nos tempos 3 (T1), 6 (T2) e 9 (T3) meses do término de tratamento cirúrgico e clínico (exceto terapia endócrina), associar as características clínicas e sociodemográficas com nível de sofrimento psicológico nos três tempos e correlacionar o sofrimento psicológico com as variáveis da lista de problemas do Termômetro de Distress, nos três tempos.

Métodos

Estudo descritivo-analítico e longitudinal, realizado em um Cancer Cneter da cidade de São Paulo, com mulheres sobreviventes de câncer de mama. A coleta de dados ocorreu no período de 2021 a 2022. O recrutamento foi realizado por meio do prontuário eletrônico do paciente, tendo como critérios de inclusão: pacientes maiores de 18 anos, que completaram o plano terapêutico clínico com quimioterapia antineoplásica (exceto terapia endócrina), radioterapia e tratamento cirúrgico. Foram realizados três encontros, nos tempos três (T1), seis (T2) e nove (T3) meses do término do tratamento inicial. Foi aplicado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, o questionário de caracterização sociodemográfica e clínica, com coleta de informações não disponíveis no prontuário do paciente e o Termômetro de Distress. Projeto foi aprovado no Comitê de Ética pelos seguintes números de protocolos 3.351.638/2019 e 3.203.556/2019. A análise dos dados foi realizada por meio do teste de independência, Qui-quadrado, não paramétrico U de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis. O nível de significância foi fixado considerando valores de p ≤ 0,05.

Resultados

Participaram 101 mulheres sobreviventes de câncer de mama. Um total de 61,4% apresentou distress, com média de 4,3 no T1, 4,7 no T2 e 4,6 no T3. Problema emocional, problema espiritual e problema físico foram os mais listados da lista de problemas (LP). O nível de distress mostrou correlação significativa com a idade, mas fraca e positiva, demostrando que a maior idade resultou em aumento do nível distress no T1 e T3. Quanto ao grau de instrução observa-se significância estatística com menor nível de distress para as pacientes com nível superior, quando comparado ao ensino médio, no T2 e, para o ensino fundamental, quando comparado com o nível superior e médio, no T3. A associação do distress com as variáveis da LP mostra significância estatística (p= 0,05) no T1 para preocupação e depressão, no T2 para cuidar de casa, financeiro, companheiro, depressão, perda do interesse nas atividades diárias, respiração e alimentação e, no T3 para companheiro, depressão, nervosismo, tristeza, preocupação, perda do interesse nas atividades diárias, mudanças ao urinar, diarreia, indigestão, nariz seco/congestionado, dormir, pele seca e coceira.

Conclusões

A média global do nível de distress variaram entre 4,3 à 4,7, com pequenas oscilações nos três momentos de avaliação. Os problemas emocional, espiritual e físico foram os mais citados. O nível de distress apresentou correlação significativa com a idade, grau de instrução, quatro problemas no T1, sete no T2 e doze no T3.

Palavras-chave

Neoplasias da Mama; Sobreviventes de Câncer, Angústia Psicológica.

Financiador do resumo

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), bolsa de produtividade em pesquisa nível 2, processo PQ 306687/2018-6, para Edvane Birelo Lopes De Domenico. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Programa Capes- PRINT, processo número 88881.311044/2018-00, Oncologia.