Dados do Trabalho
Título
PERCEPÇÃO DE DISCENTES EM ENFERMAGEM ACERCA DA POSSIBILIDADE DE ATUAÇÃO NA ESPECIALIDADE DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA.
Introdução
A estimativa de câncer infanto-juvenil para 2023-25 (Brasil) é de 7.930 novos casos. Assim, mais famílias e pacientes lidarão com o difícil diagnóstico e profissionais qualificados serão requisitados para a oncologia pediátrica. Devido às particularidades deste tipo de paciente e família, a motivação para atuar nesta área é relevante. No entanto, a escolha da especialidade durante a graduação, além de desafiadora, sofre influência das oportunidades de aprendizagem às quais os estudantes são expostos e o suporte do meio acadêmico. As questões do estudo são: Qual a percepção dos discentes de enfermagem sobre a área de oncologia pediátrica? Entender a percepção dos discentes de enfermagem pode ajudar na proposição de ações para desmistificar estereótipos negativos sobre a oncologia pediátrica e ampliar o interesse nessa especialidade.
Objetivo
Compreender as expectativas e sentimentos de graduandos em enfermagem sobre atuação na área de oncologia pediátrica.
Métodos
Pesquisa de campo, descritiva, exploratória de abordagem qualitativa, em faculdade privada, em São Paulo. Participaram 6 graduandos, a partir do 3º ano, como critério de inclusão, tendo participado das disciplinas de Oncologia e/ou Saúde da Criança. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevista semiestruturada e individual, em 2022, após aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa (parecer nº 5320179). Dados analisados seguindo-se a Análise Temática de Conteúdo.
Resultados
Amostra composta por discentes de enfermagem, com idade média de 21 anos. A maioria manifestou intenção em atuar na área de Saúde da Mulher (33%), apenas uma discente na área de oncologia (17%). A partir da análise dos dados, foram elaboradas categorias temáticas: 1. Imaginando por meio do senso comum a oncologia pediátrica como área difícil de atuação, onde fantasiam o cuidado à criança com câncer permeado apenas por sofrimento e morte. Assim, sentimentos negativos e preconceitos foram identificados; 2. Experimentando a oncologia pediátrica no estágio, na qual foram surpreendidas positivamente ao lidar com o adoecimento e o quanto o enfermeiro desempenha papel essencial no alívio do sofrimento, tanto no âmbito físico quanto emocional e, 3. Sentindo-se sem preparo emocional para lidar com a criança com câncer, onde apesar de algumas mudanças iniciais em relação à percepção negativa sobre o câncer infantil, as discentes ainda vivenciam o conflito por não se sentirem preparadas psicologicamente. Sentem falta ainda, de iniciativas na graduação que as apoie na escolha desta área de atuação.
Conclusões
Os discentes percebem o papel do enfermeiro no cuidado à criança com câncer e de sua família, tanto pelo conhecimento, quanto pelas habilidades técnicas. Entretanto, ainda é uma área bastante restrita na fase acadêmica, devido aos estereótipos promovidos pelo senso comum. As entrevistas tiveram papel terapêutico, permitiram a expressão de sentimentos e reflexões durante os estágios. Os resultados são relevantes para sensibilizar profissionais e universidades para a promoção de medidas que estimulem o preparo psicológico e o manejo de sentimentos negativos que podem surgir nos estágios curriculares. Ao considerar relevante a saúde mental e o suporte emocional ao discente, pode-se aumentar o interesse por parte dos futuros enfermeiros para esta área.
Palavras-chave
Graduação em Enfermagem, Oncologia Pediátrica, Enfermagem Oncológica.
Financiador do resumo
Comitê do Programa de Iniciação Científica da FICSAE e ABGP - Associação Brasileira de Gerenciamento de Projetos
Área
Enfermagem Oncológica
Autores
GIOVANNA EVELYN MORANDI, Mariana Lucas Rocha Cunha